![]() Angústia
Ela se dobra em si, um corpo em forma de lua minguante, frágil, quase a desmanchar-se no ar.
As asas de borboleta—translúcidas, tremem no silêncio, como pétalas de um sonho esquecido, leves, mas incapazes de voar.
O chão é frio, e o abraço que ela não tem enrosca-se em seus próprios braços. Há lágrimas que não caem, ficam suspensas no tempo, como cristais de um véu quebrado.
Quem diria que liberdade pode pesar tanto? As asas brilham, mas o vento as ignora— e ela, ainda em posição de semente, espera.
Será que um dia a própria luz a fará desabrochar? Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 07/05/2025
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