Ana Lago de Luz

E na beleza das flores... e nas ondas do mar!

Textos


Angústia 

 

Ela se dobra em si,  

um corpo em forma de lua minguante,  

frágil,  

quase a desmanchar-se no ar.  

 

As asas de borboleta—translúcidas,  

tremem no silêncio,  

como pétalas de um sonho esquecido,  

leves, mas incapazes de voar.  

 

O chão é frio,  

e o abraço que ela não tem  

enrosca-se em seus próprios braços.  

Há lágrimas que não caem,  

ficam suspensas no tempo,  

como cristais de um véu quebrado.  

 

Quem diria que liberdade  

pode pesar tanto?  

As asas brilham,  

mas o vento as ignora—  

e ela,  

ainda em posição de semente,  

espera.  

 

Será que um dia  a própria luz a fará desabrochar?

Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 07/05/2025
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