Manoel estava deitado em sua cama, a fragilidade de seu corpo refletindo a luta interna que enfrentava. Os raios de sol filtravam-se pelas frestas da janela, acariciando seu rosto e trazendo um pouco de calor à sua alma cansada. Ele olhou para o teto, perdido em pensamentos, quando ouviu uma voz suave e familiar.

Lúcia entrou no quarto com um sorriso gentil. Ela não havia deixado o sítio desde o último acontecimento, sentindo que precisava estar próxima de Manoel. "Oi, Manoel," disse ela, sentando-se na beira da cama. "Como você está se sentindo hoje?"

Manoel virou o rosto para ela e tentou esboçar um sorriso. "Melhor do que ontem, mas ainda me sinto... perdido."

 Lúcia pegou a mão dele entre as suas, transmitindo um calor reconfortante. "Eu entendo. Às vezes, as coisas parecem pesadas demais para carregar sozinhos. Mas lembre-se de que você não está sozinho."

Manoel suspirou, olhando pela janela. "É difícil ver um futuro quando tudo parece tão incerto. Às vezes, eu só quero fugir."

 Lúcia apertou sua mão levemente. "Fugir pode parecer uma solução, mas a verdade é que os desafios sempre estarão lá, não importa aonde você vá. O importante é enfrentá-los com coragem. E eu estou aqui para te ajudar."

"Você sempre esteve," disse Manoel, a gratidão transparecendo em seu olhar. "Mas e se eu não conseguir? E se tudo isso for em vão?"

 "Manoel," respondeu Lúcia com firmeza, "cada passo que você dá é uma vitória, mesmo que pareça pequeno. A vida é feita de altos e baixos, mas eu acredito em você. E D Maria também acredita." 

Ele fechou os olhos por um momento e deixou suas palavras ressoarem dentro dele. "Você realmente acha que eu posso superar isso?"

"Com certeza," disse Lúcia com um brilho nos olhos. "Você tem uma força dentro de você que talvez ainda não tenha descoberto. E lembre-se: os orixás estão ao seu lado, assim como todos nós."

 Manoel abriu os olhos novamente e olhou para Lúcia com mais esperança. "Obrigado por ficar aqui comigo, por me lembrar do que realmente importa." 

"É para isso que estamos aqui uns pelos outros," respondeu Lúcia com um sorriso acolhedor. "Vamos juntos enfrentar isso, passo a passo."

A luz do sol continuava a brilhar sobre eles, aquecendo o ambiente e trazendo uma sensação de renovação. Manoel olhou pela janela novamente e sentiu que talvez houvesse esperança no horizonte – mesmo que ainda estivesse distante.

"Vamos fazer algo juntos hoje?" ele sugeriu timidamente.

"Claro! O que você tem em mente?" Lúcia perguntou animada.

"Talvez um passeio pelo sítio? Só para respirar ar fresco e sentir a natureza," respondeu ele.

"Adoraria isso!" disse Lúcia com entusiasmo. E assim, Manoel começou a vislumbrar um novo dia à frente – um dia repleto de pequenas vitórias e o apoio inabalável de sua amiga ao seu lado.