Ana Lago de Luz

E na beleza das flores... e nas ondas do mar!

Textos


     Clara limpava os pincéis com cuidado e de forma devagar enquanto pensava o que faltava para terminar a tela pintada a óleo.  

   Clara Mendes  de uma familia rica e conhecida na cidade tem 28 anos, cabelos longos e ondulados, de um castanho profundo que brilha sob a luz do sol. Seus olhos são verdes, com um olhar que transmite tanto determinação quanto uma vulnerabilidade oculta. Ela é alta e tem uma postura que mistura confiança e leveza, mas de forma frequente é vista com os ombros levemente curvados, como se estivesse carregando um peso invisível.

   Clara é uma artista plástica talentosa, mas luta contra a pressão de se encaixar nas expectativas familiares. Seus pais sempre sonharam que ela seguisse uma carreira estável, como medicina ou direito, e isso a faz sentir-se dividida entre sua paixão pela arte e a insegurança sobre seu futuro. Ela teme decepcionar sua família, mas ao mesmo tempo sente que seria infeliz se não seguisse seu sonho.

   "Por que é tão difícil escolher? Se eu seguir meu coração, vou perder o apoio deles... Mas se eu não pintar mais, serei apenas uma sombra de quem poderia ter sido. Cada pincelada que deixo de dar é como um pedaço de mim que se apaga. A arte me faz sentir viva! Mas e se eu falhar? E se eles estiverem certos? Eu não quero olhar para trás e me arrepender... Mas também não quero viver uma vida que não é minha."

    Deixou o quadro pegando os primeiros raios de sol de uma manhã de inverno e foi a um  Café com sua amiga Sofia que a recebeu com um beijo no rosto. 

   Sofia queria saber das novidades da decisão  dela "Clara, você já pensou em fazer aquela exposição? Todo mundo adoraria ver seu trabalho!"

   Clara com timidez  "Eu sei, mas... e minha família? Eles nunca vão entender. Para eles, arte é só um hobby. O que eu faço não é 'sério' o suficiente."

    "Mas isso não é sobre eles! disse Sofia " É sobre você! Você ama isso! Não deixe o medo decidir por você."

   Mas Clara com tristeza no olhar "Eu só… tenho tanto medo de decepcioná-los. E se eu falhar?"

   Sofia foi resoluta "E se você brilhar? Às vezes, o maior risco é não arriscar nada " 

Sofia lhe conta  que um renomado artista local, Miguel, também estará participando do evento. Miguel era conhecido por seu estilo único e inovador, e sua presença cria uma atmosfera competitiva. A pressão aumenta quando Clara percebe que muitos dos visitantes da exposição estão mais interessados nas obras de Miguel do que nas suas.

   Clara se sente cada vez mais insegura. Ela começa a duvidar de seu talento e se compara de forma constante a Miguel, que parece ter tudo o que ela deseja: reconhecimento, sucesso e um estúdio cheio de admiradores. A ideia de ser ofuscada por ele a atormenta.

   Além disso, Clara descobre que Miguel tem laços com pessoas influentes no mundo da arte, o que faz com que ela se sinta ainda mais pequena em relação a ele. Esse sentimento de inadequação é exacerbado quando ela ouve conversas sobre como ele está prestes a fazer uma grande exposição em uma galeria famosa.Isto a faz se retrair um pouco diante de sua arte mesmo que Sofia a esteja encorajando o tempo todo. Sem que pense em Miguel . 

   Clara tem uma imaginação fértil e sempre sonhou em ser artista. Ela se perde em pensamentos criativos e tem uma visão única do mundo ao seu redor.

    Apesar de seu talento, Clara  duvida de si mesma e de suas habilidades, em especial quando se compara a outros artistas. Essa insegurança a impede de se sentir plena, confiante em suas escolhas.

   Ela  é muito emotiva e sensível às críticas, tanto construtivas quanto negativas. Ela absorve as opiniões dos outros , o que impacta sua autoestima.

    Quando decide que quer algo, Clara se dedica de maneeira intensa. Mesmo com suas inseguranças, ela mostra resiliência e vontade de lutar por seus sonhos.

    Clara se preocupa com os sentimentos dos outros, o que a torna uma amiga leal e solidária. Ela é capaz de entender as emoções alheias, o que a ajuda a se conectar com as pessoas ao seu redor.

   Sua mente está sempre cheia de ideias inovadoras e únicas. Clara tem um talento especial para se expressar , seja através da pintura ou de outras formas de arte.

     Quando acredita em algo, Clara pode ser bastante obstinada. Essa teimosia pode tanto ajudá-la a seguir seus sonhos quanto dificultar sua aceitação das críticas.

     Apesar de suas inseguranças, ela tem um espírito aventureiro que a leva a explorar novas técnicas artísticas e experimentar diferentes temas em sua arte.

   Clara finalmente decide que chegou o momento de enfrentar seus medos e fazer algo por si mesma. Após semanas de reflexão e apoio da amiga Sofia, ela se inscreve para uma exposição local de artistas emergentes. A ansiedade a consome à medida que o dia se aproxima, mas uma parte dela se sente viva como nunca.

   No dia da exposição, Clara chega ao local e vê suas obras penduradas nas paredes. As cores vibrantes e as emoções que ela colocou em cada tela parecem ganhar vida. No entanto, ao olhar ao redor, ela nota a presença de seus pais, que vieram sem avisar. O coração dela acelera; a pressão aumenta.

     Enquanto os visitantes admiram seu trabalho, Clara se vê paralisada. A insegurança toma conta dela de novo. Ela imagina os olhares desaprovadores de seus pais, escutando sussurros sobre sua escolha de carreira. O medo de decepcioná-los quase a impede de aproveitar aquele momento tão importante.

     Os quadros de Miguel também estão lá. E ele, muito comunicativo e rodeados de pessoas não é  o bastante para que as peças de Clara sejam iluminadas e alvo para admiradores. 

   Num instante, ela é abordada por um crítico de arte que expressa sua admiração por suas obras. Ele fala sobre a profundidade emocional e a originalidade do seu trabalho. Clara sente uma onda de validação, mas quando olha para seus pais, vê que eles estão conversando entre si com expressões preocupadas.

A tensão atinge o auge quando Clara decide se aproximar deles. Com o coração na garganta, ela respira fundo e diz: "Eu amo isso! Cada pincelada é uma parte de mim. Eu não quero viver com medo do que vocês pensam."

   Os pais ficam surpresos, mas sua mãe responde: "Querida, nós só queremos o melhor para você. Mas queremos que você seja feliz."

   Esse reconhecimento abre espaço para uma conversa honesta. Clara explica suas paixões e medos, e eles começam a entender sua perspectiva. A tensão no ambiente diminui à medida que eles ouvem seu coração.

   Tudo culmina em um momento emocionante em que Clara percebe que não precisa escolher entre sua arte e o amor da família. Ela pode seguir seu sonho e ainda ter apoio. Com um novo brilho nos olhos, ela volta para a exposição, abraçando a arte como parte fundamental de quem é.

     Fosse um agrado carinhoso dos pais ou a opinião do crítico fez um dia único para ela mesma. 

   Não sabia o que lhe aguardava no futuro ainda mais porque seus olhos cruzaram com os de Miguel de forma amável e sedutora. 

 

 

 

Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 07/09/2024
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