Ana Lago de Luz

E na beleza das flores... e nas ondas do mar!

Textos


- cenas cotidianas 36

 

 

 

"Palavras longe do Vento"

 

Em uma noite agitada de sexta-feira, no movimentado bar "Lua Cheia", Laura se encontrava sentada em um canto discreto, imersa em seu próprio mundo de palavras e emoções. Enquanto as risadas e conversas animadas preenchiam o ambiente, ela se refugiava na tela do seu celular, mergulhando nas mensagens que ali aguardavam.

Com um olhar concentrado e os lábios entreabertos em um leve sorriso, Laura devorava cada palavra enviada pelos seus amigos e entes queridos, como se cada mensagem fosse um fragmento de vida que a conectava ao mundo exterior. Enquanto os copos de bebida se acumulavam à sua volta, ela se sentia envolvida por uma bolha de intimidade e reflexão no meio da agitação do bar. Era seu aniversário  e estava distante de todos que amava morando fora de seu país. 

Entre notificações que piscavam e conversas que se desenrolavam virtualmente, Laura experimentava um misto de nostalgia e gratidão ao ler as palavras digitais que lhe chegavam como pequenos presentes inesperados. Cada emoji, cada frase digitada com cuidado, era como um raio de luz que iluminava sua solidão momentânea e a conectava aos laços invisíveis que a ligavam às pessoas que tanto amava.

Enquanto o som da música embalava os frequentadores do bar em um ritmo frenético, Laura se permitia perder-se nas entrelinhas das mensagens trocadas, viajando por memórias passadas, planos para o futuro e confidências compartilhadas à distância. O celular tornava-se sua âncora num mar de rostos desconhecidos e vozes estranhas, trazendo consigo um senso reconfortante de familiaridade e pertencimento.

E assim, entre goles esporádicos da sua bebida esquecida e olhares furtivos para o mundo ao redor, Laura se via imersa em um universo paralelo de conexões virtuais e emoções palpáveis, onde as fronteiras entre o real e o digital se tornavam tênues e permeáveis.

Ao fechar os olhos por um instante e deixar-se levar pela melodia da noite urbana, Laura sorria para si mesma, agradecendo silenciosamente por cada mensagem lida e por cada vínculo reforçado naquele instante fugaz no bar "Lua Cheia" - repleta de novas emoções, compromissos e novas possibilidades. 

 

 

Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 04/09/2024
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