Escrevendo ao Som da Chuva
Na suave sinfonia da chuva que cai, as gotas se transformam em notas musicais, criando um ambiente perfeito para a dança das palavras. A cada tamborilar no telhado, sinto a inspiração fluir como um rio sereno, levando-me a lugares onde a imaginação se desenha livre. O cheiro da terra molhada invade o ar, trazendo à tona memórias adormecidas e sonhos esquecidos. Sentada à mesa, com o caderno aberto e a caneta na mão, deixo que os pensamentos se entrelacem com o ritmo da tempestade. A chuva é uma companheira fiel, um testemunho silencioso das emoções que afloram. Cada gota é uma ideia que desponta, cada trovão é um convite à ousadia. É como se o universo sussurrasse segredos, e eu estivesse ali, pronta para capturá-los. As palavras deslizam pelo papel como a água que escorre pelas folhas. Escrevo sobre amores perdidos e esperanças renovadas, sobre os sussurros do vento e os ecos de risadas. Na cadência do som da chuva, as frases se tornam melodias, e os versos ganham vida própria. É um momento de pura conexão entre o coração e a criação. Enquanto o mundo lá fora se encharca em tons de cinza, aqui dentro encontro um refúgio de luz. A chuva fala de renovação, de ciclos que se fecham para dar espaço ao novo. E assim, escrevendo ao som da chuva, descubro que cada gota é uma história esperando para ser contada. Quando finalmente a tempestade se acalma e o céu clareia, deixo o caderno ao lado, repleto de sentimentos transbordantes. Na tranquilidade que segue a chuva, carrego comigo não apenas as palavras escritas, mas também a essência do momento vivido. Porque escrever ao som da chuva é mais do que criar; é sentir a vida pulsando em cada linha, em cada respiração. É encontrar poesia nas pequenas coisas e aprender a ouvir a beleza dos silêncios que nos cercam. Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 26/08/2024
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