Ana Lago de Luz

E na beleza das flores... e nas ondas do mar!

Textos


 cenas cotidianas 35

 

 

 

 

 "Fumaça de Palavras"

 

Em uma noite fresca de outono, sob a luz suave da lua, Geraldo e Maria se encontravam na janela de seu pequeno apartamento, compartilhando um momento de tranquilidade e cumplicidade. Enquanto o aroma do café recém-passado pairava no ar, os dois jovens enamorados acendiam seus cigarros e deixavam que a fumaça se mesclasse às palavras sussurradas na penumbra.As palavras eram ditas com a cumplicidade que existia neles.

Geraldo, com seu olhar profundo e sorriso marcante, puxava longas tragadas do cigarro com uma expressão pensativa, como se cada nuvem de fumaça carregasse consigo os segredos de sua alma inquieta. Ao seu lado, Maria observava as estrelas piscando no céu noturno, perdida em seus próprios pensamentos enquanto brincava com os anéis de fumaça que dançavam entre eles.

Num silêncio confortável e repleto de significados não ditos, o casal deixava que a fumaça dos cigarros se transformasse em pontes invisíveis entre seus mundos interiores, conectando-os em um diálogo silencioso e profundo que transcendia as limitações das palavras convencionais.

Entre risos contidos e suspiros compartilhados, Geraldo e Maria discutiam sobre o futuro incerto que se estendia diante deles como um horizonte nebuloso, cheio de promessas e desafios a serem enfrentados juntos. Enquanto as brasas dos cigarros brilhavam como estrelas fugazes em suas mãos unidas, o casal se sentia envolto por uma aura de intimidade e compreensão mútua que tornava cada instante precioso e eterno.

Ao som distante da cidade que nunca dorme, Geraldo e Maria trocavam confidências e sonhos sob o manto da noite estrelada, deixando que a fumaça dos cigarros se dissipasse lentamente no ar como testemunha silenciosa de sua conexão única e indelével.

E assim, entre conversas sussurradas e fumaça que se desfazia ao vento, o casal encontrava refúgio na janela do apartamento, nutrindo-se da presença um do outro e da magia efêmera dos momentos compartilhados na penumbra da noite.

Palavras efemeras a luz da cidade e do luar . 

 

 

Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 22/08/2024
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