cenas cotidianas 33

 "O Livro Esquecido"

Em meio à tanta informação tecnológica na Internet Clara estava resolvida a procurar um livro do seu passado, desligou o celular e   subiu as escadas da biblioteca. 

Foi numa manhã ensolarada, que Clara, uma jovem apaixonada por livros e histórias antigas, decidiu visitar a biblioteca da pequena cidade onde morava em busca de um livro especial que havia lido em sua infância e que guardava memórias preciosas de aventuras imaginárias e lições de vida.

Ao adentrar a biblioteca, Clara foi recebida pelo cheiro reconfortante de papel antigo e madeira polida, que a transportou instantaneamente para um mundo de possibilidades e descobertas. As estantes altas repletas de livros empoeirados pareciam sussurrar segredos antigos e promessas de conhecimento oculto, instigando a curiosidade da jovem em sua busca pelo livro perdido.

Com passos silenciosos, Clara percorreu os corredores labirínticos da biblioteca, deslizando os dedos pelas lombadas gastas dos volumes esquecidos e examinando cada título com a esperança de encontrar a obra que tanto a marcara na infância. Entre biografias empoeiradas e romances clássicos, a jovem buscava ansiosamente pela capa desbotada e pelas páginas amareladas do livro que mudara sua perspectiva sobre o mundo.

Após horas de busca incansável, quando Clara já começava a temer que seu tesouro literário estivesse perdido para sempre nas prateleiras empoeiradas da biblioteca, seus olhos pousaram sobre um exemplar solitário escondido em um canto escuro da sala de leitura. Com o coração acelerado pela emoção, ela se aproximou cautelosamente e descobriu que ali repousava o livro tão querido e procurado.

Ao abrir as páginas amareladas e desgastadas pelo tempo, Clara viu as palavras familiares que haviam moldado sua imaginação na infância e guiado seus passos ao longo dos anos. As ilustrações coloridas e as entrelinhas repletas de sabedoria ressurgiram diante de seus olhos como um tesouro recuperado após anos de buscas infrutíferas.

Com o livro precioso em mãos, Clara sentou-se em uma poltrona confortável junto à janela iluminada pelo sol da tarde e mergulhou nas páginas amareladas do passado, reencontrando personagens queridos e revivendo aventuras inesquecíveis que continuariam a inspirá-la por toda a vida.

E assim, entre prateleiras repletas de histórias por contar e segredos por desvendar, Clara redescobriu a magia dos livros e o poder transformador das palavras escritas, levando consigo não apenas o livro esquecido, mas também lembranças preciosas de um tempo em que a imaginação era sua maior aliada na jornada da vida.

Saiu da biblioteca repleta do seu reencontro com o passado. E automaticamente religou  o celular.