cenas cotidianas 31
"Entre Fumaça e Solidão"
Em um bar mal iluminado e impregnado pelo aroma de álcool e cigarros, uma mulher enigmática chamada Isabela se sentava sozinha em um canto escuro, envolta em uma nuvem de fumaça que dançava ao redor de seu rosto pensativo. Seus olhos cansados refletiam um misto de tristeza e resignação, enquanto seus dedos esguios seguravam com firmeza um copo de uísque pela metade e um cigarro que queimava lentamente entre seus lábios.
O som distante de vozes embriagadas e risadas efêmeras preenchia o ambiente sombrio do bar, contrastando com a aura silenciosa e melancólica que envolvia Isabela como um manto invisível de solidão e desesperança. Seus pensamentos vagueavam por labirintos escuros e memórias dolorosas, enquanto ela buscava refúgio temporário nas volutas de fumaça que se dissipavam no ar viciado do estabelecimento decadente.
Os olhares breves dos frequentadores ocasionais que se aventuravam perto da mesa solitária de Isabela eram rapidamente desviados, intimidados pela aura de mistério e tristeza que a envolvia como uma névoa densa e impenetrável. Poucos ousavam cruzar o limiar da solidão que a mulher carregava consigo, preferindo manter-se à distância segura estabelecida pelo respeito ou pelo medo do desconhecido.
Enquanto o tempo se arrastava implacavelmente como um espectro silencioso na penumbra do bar desolado, Isabela permanecia imersa em seus pensamentos sombrios e reflexões amargas, perdida em um labirinto de emoções conturbadas e sonhos despedaçados. O uísque ardia em sua garganta como uma lembrança dolorosa do passado, enquanto o cigarro consumia lentamente sua serenidade frágil e sua vontade vacilante.
E assim, entre fumaça e solidão, Isabela encontrava um refúgio provisório da realidade implacável que a cercava, afundando-se cada vez mais fundo no abismo escuro de sua própria existência solitária e desolada. Enquanto lá fora a noite avançava inexoravelmente para o amanhecer incerto, dentro do bar a mulher solitária continuava sua dança íntima com as sombras que a envolviam como companheiras silenciosas de uma jornada solitária e sem fim.
Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 08/08/2024
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