Ana Lago de Luz

E na beleza das flores... e nas ondas do mar!

Textos


  - cenas cotidianas  22

 

 

 

 "Cenas Subterrâneas"

 

 

Maria foi uma das primeiras a entrar no metrô e conseguiu um lugar para sentar-se. Já estava atrasada para o trabalho então era melhor que relaxasse.

Nas entranhas da cidade, onde os trilhos se entrelaçam como veias pulsantes, encontram-se as vidas entrelaçadas dos passageiros do metrô. Cada um carregando consigo histórias, sonhos e segredos, que se misturam brevemente em um cenário fugaz de conexões humanas.

Na carruagem apertada e repleta de gente, Maria observava atentamente os rostos desconhecidos ao seu redor. Havia o senhor idoso com olhar cansado, a jovem mãe embalando seu bebê com carinho, o executivo imerso em seu celular e o músico de rua com sua guitarra desgastada.

Enquanto o metrô avançava pelos túneis escuros, as vidas dos passageiros se entrelaçavam de maneira efêmera e singular. Breves trocas de olhares, sorrisos tímidos e gestos de cortesia criavam uma teia invisível de conexões fugazes entre estranhos que compartilhavam aquele espaço confinado.

Cada parada do metrô era como uma pequena pausa na narrativa coletiva daquelas pessoas anônimas. Alguns embarcavam, outros desembarcavam, mas todos deixavam para trás um pedaço de si mesmos naquele microcosmo subterrâneo onde as fronteiras entre as vidas se desfaziam.

E assim, em meio ao burburinho dos vagões e ao som dos trilhos ecoando pela escuridão, os passageiros do metrô descobriam a beleza efêmera da coexistência. Por breves instantes, suas vidas se cruzavam em um ballet silencioso de movimentos sincronizados, antes que cada um seguisse seu próprio caminho na vastidão da cidade.

No final da linha, quando o metrô finalmente chegava ao seu destino e as portas se abriam para liberar os passageiros para o mundo exterior, restava apenas a memória fugaz daquelas cenas subterrâneas que ecoavam na mente de cada um, lembrando-os da brevidade e da beleza dos encontros fortuitos no labirinto urbano. 

Maria seguiu apressada para a empresa que trabalhava esquecendo os momento vividos dentro do metrô que seguia novamente seu fluxo. 

 

 

Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 11/07/2024
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