Deito versos tristes De uma alma inquieta, Espelhada em dias idos. Apagou-se mais uma luz. Não tarda agora... O crepuscular da vida. O tempo é cruel, Este senhor, com um Cajado, lento... Uma foice a ceifar flores De um jardim tímido. Já não brotam tantas , Desnudas folhas outonal, No meu jardim, nao há resquícios de borboletas a enfeitar minha tez, já craquelada pelo tempo. Ainda sorrio... Na mansidão dos meus passos Sou alma vertida em águas límpidas... Do corpo, suor e lágrimas. Venha a morte! Mas que venha ligeira, Um ímpeto, um suspiro Que ainda diz : eu te amo De tanto amar, persisto. Ainda ouço pássaros... Canto triste. Na gaiola corpo, súbita e tênue do meu existir. Verte o pranto.
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Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 22/07/2023
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