Por que persiste, incessante espelho? Por que repete-se, misterioso irmão, o menor movimento de minha mão? És o outro eu sobre o que fala o grego. E desde sempre espreitas [...] ( Jorge Luis Borges )
Você que é reflexo , Repetidor dos meus movimentos... Envelhece comigo. Embaça a minha visão, Desalinha meus cabelos, não sorrir. É o meu outro eu, Vertido uma lágrima, Enganador... Pura ilusão. Desfaz minha imagem Cega e taciturno, Poucas palavras, Aliais nao repete minha voz... minha historia, mudo... Espelho trincado, Me faz em pedaços , a minha realidade. Quando sozinha, percebo, na imagem disforme, este eu desconhecido. E morta, simplesmente, Irá refletir outra imagem. Sortuno e desleal, Oh ser melancólico! Objeto adverso. Vertiginosamente, te calo, te amparo na minha imagem distorcida, abstrata... Minha imagem ainda reflete na face, minha e tua, desde sempre, meu irmão!
Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 20/07/2023
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