Lembro-me do meu primeiro encontro com J. Estanilau Filho, foi numa crônica belíssima chamada Mancuspias . Estava ali o escritor e a figura de Julio Cortázar, e eu, leitora tão embevecida com a leitura de um realismo fantástico e altamente lírico. Outros encontros vieram. Como é bom se encontrar nas letras! E é tão importante para todos nós, escritores, sabermos que ao ler um ao outro isto é um encontro. Pensei nisto ao ler o livro “Crônicas Virtuais e outros encontros” deste meu amigo. Encontro com as letras, trocas dos pensamentos em prosa e versos. O melhor de uma crônica, a meu ver, é quando o autor respeita a atitude temporal do texto. O seu teor cotidiano e atual. E J. Estanilau consegue fazer isto com um toque de lirismo o que nos traz nestes encontros, poesia e prosa juntas. Nas trivialidades do cotidianos as personagens vão se revelando em sentimentos e nas atitudes da sua própria realidade. Em “pelo menos hoje” temos alguém que dentro da sua tristeza clama pelo melhor da vida. Na crônica “Rui”, o autor num breve espaço de tempo nos reporta para uma amizade de cunho social. Duas crônicas que muito chamam a atenção são “Lugarejo Distante e “A Curva” onde há estradas e curvas que nos mantém no caminho e nos faz refletir sobre as intempéries da vida dos viajantes que somos todos nós. E como num todo podemos ver pessoas tão reais como nós mesmos, realces do que vemos e pensamos sem perceber. Então é isto, mais um encontro, enquanto você le e pode estar pensando que um livro de crônicas é apenas uma passagem por fatos cotidianos, o autor nos presenteia com uma linha do tempo lírica em nossos próprios encontros. Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 05/06/2012
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