Foram todos para sempre... Nenhum ídolo, nenhum amigo, Uma sala vazia, Cheia de lugares a serem ocupados O teatro vazio... Nem mesmo o iluminador. Dentro de mim uma floresta Densa e úmida... Onde o sol não encontra O pedaço do caule que toca o chão. De repente, do pano de fundo, Metamorfoseando-se... Um corpo disforme Sacudindo-se como num útero vermelho, Cego de luz! Os tambores da floresta, É o meu coração... Apago a luz de mansinho Ele rasga o pano, No palco nao há mais atores Na plateia nao há nem mais Visitantes.... Focando a porta de saída Como uma campina na floresta. Finalmente a luz Pobre de mim.... Pobre desta figura disforme Que anseia pela luz. Minutos antes de tocar a porta Meu corpo toca o dele Nao há coração no peito, Do mundo... Uma máquina bombeando Sangue... De plástico, artificial. Meus tambores correm da campina Junto aos animais da floresta. Fogo na floresta! Fora do teatro está Gélido e pálido... Dentro de mim incendeia! Nao há mais ninguém no palco. Mas ainda assim Mãos quentes puxam-me pelo Braço... Aninham-se no corpo E me funde num Êxtase contínuo! Quando acalentada, por fim, Os tambores desaceleram-se E a floresta dorme afinal Logo, logo, tudo vai continuar.... Aquecido... ou Vazio... Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 23/11/2011
Alterado em 26/11/2011 |